No SegSummit 2024, realizado em São Paulo, líderes de vários setores se reuniram para discutir alguns dos desafios de segurança mais urgentes que seus setores enfrentam atualmente. Desde o combate ao roubo e à fraude até a abordagem de ameaças cibernéticas e a proteção de ativos, o evento destacou as dificuldades específicas enfrentadas por setores como energia, agronegócio e mineração.
À medida que esses setores evoluem, o mesmo acontece com as ameaças que encontram, tornando estratégias de segurança inovadoras e adaptáveis essenciais. Nesta postagem, exploraremos as principais percepções de cada setor e como eles enfrentam esses desafios com tecnologia, inteligência e colaboração.
Insights do Setor de Energia Brasileiro
No SegSummit 2024, o painel Desafios de segurança do setor de energia destacou as crescentes preocupações com a segurança na proteção da infraestrutura, dos ativos e da força de trabalho. Os líderes do setor compartilharam suas experiências ao abordar questões como roubo, fraude e equilíbrio entre tecnologia e custos operacionais.
Minele Machado, Gerente de Tecnologia e digitalização da Neoenergia, enfatizou a complexidade de proteger infraestruturas de grande porte:
- “Com 16 milhões de consumidores, vários pontos de geração e uma variedade de locais de energia renovável, proteger ativos como subestações e parques eólicos continua sendo um desafio constante."
- Ela discutiu como o roubo de cabos impacta a receita: “O roubo de cabos é onde nossa receita diminui devido a essas perdas.”
- Sobre soluções: "Não acredito em uma única solução boa. Precisamos de soluções híbridas, mas mesmo com toda essa tecnologia, ainda há pontos vulneráveis a serem investigados."
Maria Luisa Santos, Analista de Segurança e Operações Estratégicas da Energisa Mato Grosso, compartilhou um caso bem-sucedido de desmantelamento de uma associação envolvida em roubo de energia:
- “O rastreamento do furto de energia é complexo, e precisávamos trabalhar próximos da secretaria de segurança pública do estado, fornecendo atualizações semanais sobre nossas operações.”
Thiago Cecarechi, Sênior de Segurança Corporativa da CPFL Energia, destacou a importância das parcerias e dos relatórios estratégicos:
- “Precisamos produzir relatórios acionáveis para que, mesmo com recursos limitados, a polícia possa combater com eficiência o furto de energia.”
- Ele também enfatizou o impacto social mais amplo: “O roubo de um cabo de 30 cm pode deixar crianças sem escolas e hospitais sem energia para cirurgias.”
Moderando a sessão, o Executivo de Segurança Empresarial de Proteção de Ativos e Inteligência Estratégica da Equatorial, Johnatan Costa, enfatizou a necessidade de uma abordagem de segurança equilibrada:
- “A segurança é um tripé: processos, pessoas e tecnologias.”
O painel deixou claro que a colaboração com a segurança pública e o uso estratégico de inteligência e tecnologia são essenciais no combate ao roubo de energia e na proteção de infraestruturas importantes.
Insights do setor de agronegócio
O painel do Setor Agro explorou os desafios únicos da proteção de ativos e operações no agronegócio, um setor que desempenha um papel fundamental na alimentação de uma parcela significativa da população global.
Os líderes do setor discutiram a importância de proteger a cadeia de suprimentos, combater a fraude e lidar com a crescente ameaça do crime organizado à medida que o setor se expande para áreas mais remotas.
Daniel Miranda, Diretor de Administração, Segurança e Serviços da Bayer, destacou a importância econômica do setor:
- “30% do PIB do Brasil vem do agronegócio, responsável por alimentar mais de 10% da população do planeta.”
Massamitsu Alberto Iko, Gerente Senior de Ética Global, Integridade nos Negócios e Segurança da Bunge, abordou o crescente envolvimento do crime organizado à medida que o agronegócio se expande para regiões remotas:
- “"Com o deslocamento das fronteiras do agronegócio para o norte, em áreas remotas, o envolvimento do crime organizado cresce à medida que o valor das commodities sobe. O roubo de cargas é uma consequência direta."
- Sobre a estratégia de segurança: "A segurança precisa estar envolvida desde o início do processo - não deve ser apenas reativa. Estratégias e tecnologias personalizadas são essenciais."
Daniel Nascimento, Gerente de Segurança Corporativa para o Brasil da Syngenta, discutiu os perigos dos produtos falsificados no mercado:
- "25% do mercado de defensivos agrícolas no Brasil é ilegal - US$ 4 bilhões em produtos falsificados. Para sementes, 30% do mercado envolve produtos ilegais, causando perdas de US$ 30 milhões para o setor."
- Sobre soluções: "A tecnologia e o treinamento ajudaram a reduzir o número de roubos. O crime organizado busca ativamente informações, portanto, a tecnologia é fundamental para monitorar o ambiente e proteger nossa carga."
Rubenita S. Santiago Siqueira, Gerente de Segurança Corporativa da Cofco International, enfatizou a importância da preparação:
- "Quando falamos de crime organizado, todos os envolvidos são treinados. Sua equipe está dois passos à frente ou dois passos atrás? Todos os profissionais devem estar prontos para realizar análises de inteligência e usar ferramentas de segurança física."
O painel concluiu que a tecnologia, o treinamento e o gerenciamento proativo de riscos são essenciais para proteger os ativos e evitar perdas no setor de agronegócios.
Insights do setor de mineração
The Mining Sector panel explored the complex challenges of securing expansive operations and high-risk environments. Industry experts discussed the role of technology and internal security processes in protecting assets and ensuring operational continuity.
Roberto Monteiro, Gerente Geral SE da Vale S.A., enfatizou a necessidade de soluções de segurança personalizadas:
- "Estamos testando soluções de proximidade e de radar térmico para determinar onde elas se encaixam em nossas operações. A solução existe - precisamos adaptá-la ao nosso caso."
- Sobre ameaças internas: "O inimigo pode estar do lado de fora ou do lado de dentro e, em alguns casos, o inimigo estava do lado de dentro. As ameaças internas são tão perigosas quanto as externas."
Renan Magalhães, Gerente Regional de Segurança Sênior da Alcoa, discutiu os desafios de proteger grandes perímetros:
- “It’s impossible to protect 70km of area with personnel alone. We must focus on high-risk areas and use proactive solutions to address threats.”
- On asset protection: “We use drones to identify threats at 2-3km distances. This helps us protect our cargo, perimeters, and information and minimizes the risk to our personnel.”
Paulo Henrique da Silva, Gerente de Segurança Empresarial da Gerdau, no Brasil, destacou a necessidade de uma análise de risco completa:
- “Soluções de segurança como drones, cercas elétricas e câmeras são importantes, mas a análise de risco é fundamental. Quanto melhor a análise de risco, mais podemos dissuadir os invasores de entrar em nossas áreas.”
Marcos Silva, Gerente de Segurança Sênior da Hydro, compartilhou os desafios de proteger as operações em regiões remotas:
- "Na Amazônia, o maior problema é a terra. Nosso principal desafio tecnológico é garantir uma comunicação confiável nessas áreas vastas e remotas."
- Sobre medidas preventivas: “A análise de riscos é fundamental para encurtar a tomada de decisões e reduzir a exposição do pessoal aos riscos.”
O painel do Setor de Mineração enfatizou que a tecnologia, a análise de risco e o monitoramento proativo são fundamentais para proteger as operações, especialmente em regiões vastas e remotas.
Conclusão
As principais conclusões do SegSummit 2024 enfatizam a necessidade urgente de uma abordagem proativa à segurança. Não é mais aceitável esperar que os incidentes aconteçam em todos os setores.
O foco agora está no uso de tecnologias avançadas, como drones e IA, bem como na realização de avaliações de risco abrangentes, para obter controle sobre as ameaças e evitar que elas se transformem em problemas significativos.
Além disso, a importância da inteligência não pode ser exagerada. O uso de dados e insights para prever riscos e auxiliar na tomada de decisões é crucial para se manter à frente de ameaças cada vez mais sofisticadas.
Ao investir em estratégias de segurança proativas e orientadas por inteligência, os setores podem proteger melhor seus ativos, garantir operações e minimizar possíveis interrupções em um ambiente imprevisível e em constante mudança.
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